No outro sábado estava a ouvir o marido de uma amiga a dizer que demora cerca de meia hora, um pouco mais se calhar, a chegar ao emprego. Pensa ser o tempo perfeito para ouvir música, desligar de casa e dos pequenos almoços com os miudos e entrar noutra personagem. Penso, exactamente, o mesmo. Aliás, é engraçado, porque assim que deixo a minha miúda (tal como se auto denomina) no colégio, é quando coloco os meus óculos de sol. É institivo. Só quando os coloco é que percebo que não os coloquei antes, de tão mergulhada estar no papel de "madredita".
Eu acho óptimo aquelas pessoas que não se conseguem colocar no lugar dos outros, em termos de dor!
Uma das principais caracteriticas do ser humano é a empatia. "Espera lá, isto não é comigo, mas de facto, se fosse... Arrrr...Livra!"
Não tenho "elasticidade mental" para perceber a falta de empatia e os julgamentos à dor/sentimentos. Um dos principais "mandamentos" médicos no IPO, é mais ou menos isto: se o paciente diz que dói, é porque dói mesmo.
E ponto final. Não é mesurável a dor. É, antes de mais, variável. E temos que respeitar isso. Os sentimentos valem o que valem, para quem os sentem e com a intensidade que são sentidos.
Tenho uma franca dificuldade em lidar com pragmatismos bacocos.